Sentados em um ponto de ônibus. Primeiro encontro. Chegava ser engraçado a falta de intimidade entre os dois, as troca de olhares ainda desapercebidas, poucas falas, ainda estavam socializando. Era grande a distância que separa o mundo de cada um. Poucas palavras trocadas, poucos gestos, beijo na mão, e um "tchau" muito tímido. Ficou no ar um sensação de fraqueza, por parte do menino, um beijo de cinema, não, seria muito igual. Não eram igual aos outros, tinham suas diferenças até entre si. Não se sabe ao certo, o que atraiu um ao outro, aquele detalhe que marcou, muitos detalhes vieram surgindo durante e decorrer do tempo, um olhar, um objeto, uma flor de papel, a mão, o beijo.
Dia bonito, sentado a espera na praça. Segundo encontro. Demorou, não, levou o tempo que tinha que levar, algo novo nasceu naquele momento, algo que iria mudar a trajetória da vida de cada um deles, eles não faziam a menos idéia do que estavam fazendo, estavam apenas vivendo. Muitas palavras. O ambiente contribuiu, pouca gente, silêncio, doce silêncio. Horas e horas passaram. Parecia dois amigos conversando. Rápido foi como antes de tudo, surgiu a amizade, a confiança, o respeito. Mal sabia eles que aquele seria apenas o primeiro dia, o primeiro dos muitos bons e ruins que ainda estavam por vir.
Noite estrelada, passos apressados. Mais um encontro. Ansiedade, várias ligações. A luz se apaga, passos escutados, chaves batendo, ela chegando. Pensamento focado, sorriso aberto, coração apertado. Medo de acabar fazendo algo errado. Amizade antes de tudo, isso os deixava a vontade. O dialogo ia desenvolvendo de uma forma que o tempo não existia para eles, horas e horas pareciam poucos minutos, muito era dialogado, muito ela compartilhado e aprendido. O amor nasceu talvez a partir desses momentos. Longas conversas, temas variáveis, temas que os aproximavam cada vez mais, temas que os fazia necessário um ao outro. Eles se tornaram apenas um, dois corpos e uma alma entrelaçada pelos corações.
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