quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Primeiro Capítulo

     E nasce um estranho. Consegue-se um silêncio. O médico quebra o silêncio e a criança se desaba em choro. Uma criança normal. Cresce cercada de amor, mas pouca atenção. Ao decorrer de seus 7 anos, o baque: a separação dos pais. Para qualquer criança seria revoltante, a criança certamente se perderia. Essa não. Nunca foi e nunca será explicado como e porque ele superou isso perfeitamente. Sempre viveu sozinho em casa. Até seus 11 anos, uma tia muito boa cuidava dele enquanto a mãe trabalhava. Por um motivo que não sei explicar, ele deixou de ir lá e passou a ficar sozinho em casa passando as tardes só. Mas, como toda pessoa estranha, para ele não tinha muita diferença. Ele era esperto, sempre arrumava o que fazer. Sempre vai ser grato por sua mãe ter superprotegido ele quando criança. Isso o fez amadurecer mais rápido, mas nunca perdendo o sentido de ser criança. Ele era feliz.
     Ele tinha muito tempo livre para treinar sua imaginação. Toda vez antes de dormir viajava, ia para um mundo onde tudo era bom e sincero. Onde todos eram responsáveis, mas sem perder o sentido de criança, a sinceridade. "Por que eu tenho que gostar de alguém que depois de uma análise julguei chata? Não, não vou gostar. Não acho ninguém chato (sorriso), só alguns desprovidos de inteligência".
     Toda vida o estranho menino viveu uma odisseia atrás dela. Imaginava seu futuro. Se confundia com sua aparência mais velha, por conta do desenho O Fantástico Mundo De Bob. Nesse desenho, quando o Bob imaginava-se mais velho, era apenas maior, com a mesma face, e com barba. Isso deixava nosso garoto estranho confuso, mas sua inigualável imaginação se encarregava de consertar.
     Menino muito sonhador, sempre pensou alto. Sua mãe pelo contrário, tratava de "cortar suas asinhas" com receio do mal. Como aprender uma lição se não for errando, e se acertar, não seria bom. Ele superou isso. Compreendeu que é só medo de uma mãe que durante um bom tempo viveu só com ele ao seu lado. É apenas amor de mãe. Até os seus 10 ou 11 anos, o menino dormia com a mãe, nem quarto ele tinha. A ligação entre ele e sua mãe só se fortaleceu nesse tempo. Um amor de criança, sincero.
     Sempre foi muito na dele, cumpriu com seus deveres sem dever nada a ninguém, menino responsável, calmo, só não mexa com quem pelo qual ele sente um amor sincero, senão ele se transforma no que for preciso para proteger aquilo ou quem está precisando. Sempre foi amigo de todos.

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